ROTEIRO 09
A MORAL CRISTÃ E OS EVANGELHOS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Citar as linhas mestras do Evangelho
de Jesus, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.
Dar as características dos
demais livros que constituem o Novo Testamento.
IDÉIAS PRINCIPAIS
"O Novo Testamento, história do advento do Cristo e suas repercussões, abrange quatro conjuntos, discrimináveis por titulo:
a) – Evangelho
b) – Atos dos Apóstolos
c) – Epistolas
d) – Apocalipse
a) O Evangelho (Boa-Nova), cerne doutrinário do Cristianismo, contém aspectos da biografia terrena de Jesus-Cristo e seus principais ensinamentos de caráter moral, coligidos segundo informações de Mateus, Marcos, Lucas e João.
b) Atos dos Apóstolos. Continuação do Evangelho, após o episódio do Calvário. Atribuída a Lucas, nela se destaca o papel de Pedro, mormente o de Paulo.
c) Epístolas. Salvou-se do olvido pequeno acervo de cartas enviadas pelos apóstolos Paulo, Tiago (menor), Pedro, João (Evangelista) e Judas (Tadeu). Somente as de Paulo se conhecem por titulo, conforme distinção: – aos romanos, aos Coríntios (I e II), aos Gálatas (...). As demais, dirigidas a todos os fiéis, são chamadas católicas ou universais.
d) Apocalipse (revelação)
(...)". (19)
FONTES DE CONSULTA
BÁSICAS
01 . KARDEC, Allan. Introdução. In : –. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro. 85. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. p. 25
COMPLEMENTARES
02. A bíblia de Jerusalém.
Novo Testamento E Salmos. Trad. de Estevão Bittencourt, Gilberto
da Silva Gorgulho, Theodoro Henrique Maurer Jr., Jorge Cpesar Mota, Ney
Brasil Pereira, Isaac Nicolau Salum, Ivo Stormiolo, Calisto Vendrame, José
Raimundo Vidigal, Domingos Zamagne e Joaquim de Arruda. 1. ed. São
Paulo, edições Paulinas, 1984. p. 12.
03. Op. cit., p. 12 e 13.
04. Op. cit., p. 17.
05. Op. cit., p. 18.
06. Op. cit., p. 19.
07. Op. cit. p. 20.
08. Op. cit., p. 163.
09. Op. cit., p. 166.
10. Op. cit., p. 228.
11. Op. cit., p. 296.
12. Op. cit., p. 482.
13. DENIS, Léon. Origem dos
Evangelhos. In: –. Cristianismo E Es-piritismo. Trad.
de Leopoldo Cirne. 7.ed. Rio de Janeiro, FEB, 1978. p. 25.
14. Op. cit., p. 26-27.
15. Op. cit., p. 28.
16. Op. cit., p. 2ú8-269, (Notas
complementares n9 02). 17. MACEDO, Roberto. Apóstolos. In: . Vocabulário
Histórico-Geográfico. Rio de Janeiro, FEB, 1960. p.
42.
18. Op. cit., p. 78, (Bíblia).
19. Op. cit., p. 78-79.
20. Op. cit., p. 79.
20a. Op. cit. ,, 79-80.
21. Op. cit., p.81
22 ..XAVIER, Francisco Cândido.
A edificação cristã In: . A Caminho da Luz.
'i’. cd. Rio de Janeiro, FEB, 1985. p. 124-125
23. Op. cit., p. 126-127
24. Op. cit., p. 129.
25. O Consolador. Pelo
Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1985. questão
284, p. 168-169.-
26. MÍNIMUS. Síntese
de o Novo Testamento. 4. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1979 p..31
ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO
"(...) O Cristo nada escreveu. Suas
palavras, disseminadas ao longo dos caminhos, foram transmitidas de boca
em boca e, posteriormente, transcritas em diferentes épocas, muito
tempo depois da sua morte. Uma tradição religiosa popular
Formou-se pouco a pouco, tradição que sofreu constante evolução
até o século IV (...)". (133
"(...) Mateus e João, discípulos
diretos, de contato pessoal com o Mestre, escreveram respectivamente em
hebraico e em grego; Marcos e Lucas, ambos em grego, o primeiro transmitindo
reminiscências de Pedro apóstolo, o segundo investigando e
recolhendo por via indireta. Harmonizam-se os quatro textos num todo orgânico,
composto sem acomodações sob inspiração mediúnica,
cujo influxo não derrogou a liberdade volitiva e os pendores psíquicos
: – Mateus, menosprezado funcionário, a tende ao aceno do novo chefe
e nele passa a vislumbrar o diretor supre mo, o rei em nomenclatura humana,
embora ao nível do "reino dos céus"; – Marcos, atemorizado
quando jovem com a intensidade da tarefa, sublima depois em Jesus o servo
incansável, paradigma da fraternidade a ser viço divino;
– Lucas, mais intelectualizado, pesquisador do pretérito e analista
do futuro, apresenta Jesus como entidade imaculada, presa pela genealogia
ao pai Adão, porem subtraída ao pecado pela redenção
no Pai Criador ; – João, mais espiritualizado, portanto mais próximo
da essência, tem olhos de ver em Jesus a entidade celestial, o verbo
mesmo de Deus, não apenas o "rei", o "servo", o "homem", sinopses
de biografia terrena." (19)
"Somente as (epístolas) de
Paulo se conhecem por título, conforme desatinação:
– aos romanos, aos coríntios (I, II), aos gálatas, aos efésios,
aos filipenses, aos colossenses, aos tessalonicenses (I, II), a Timóteo
(l, II), a Tito, a Filêmon, aos hebreus. As demais, dirigidas a todos
os fiéis, são chamadas católicas ou universais.
Sem rigorismo de averiguação
técnica, talvez assim possamos dispor as Epístolas, em ordem
cronológica: – primeira de Pedro; – de Paulo aos tessalonicenses
(I e II), coincidentes com a segunda viagem missioneira do Apóstolo
dos gentios; – idem aos gálatas, coríntios (I e II), romanos,
coincidentes com a terceira viagem missioneira; – única de Tiago
menor; – de Paulo aos efésios, aos colossenses, aos filipenses,
a Filêmon, aos hebreus, a Tito, a Timóteo (I e II), coincidentes
com a prisão do Apostolo dos gentios e viagem a Roma para final
julgamento; – segunda de Pedro; – primeira, segunda e terceira de João
Evangelista." (20a)
Ao lado desses evangelhos, únicos
depois reconhecidos pela Igreja, grande número de outros vinha à
luz. Desses, são conhecidos atualmente uns vinte; mas, no século
III, Orígenes os citava em maior número. Lucas faz alusão
a isso no primeiro versículo da obra que traz o seu nome.
Por que razão foram esses numerosos
documentos declarados apócrifos e rejeitados? Muito provavelmente
porque se haviam constituído num embaraço aos que, nos séculos
II e III, imprimiram ao Cristianismo uma direção que o devia
afastar, cada vez mais, das suas formas primitivas (...)". (14)
"(...) O Antigo Testamento é
o livro sagrado de um povo – o povo hebreu; o Evangelho e o livro sagrado
da Humanidade. As verdades essenciais que ele contém acham-se ligadas
às tradições de todos os povos e de todas as idades.
A essas verdades, porém, muitos elementos inferiores vieram associar-se
(...).
Quanto à sua verdadeira origem,
admitindo-se que os Evangelhos canônicos sejam obras dos autores
de que trazem os nomes, é preciso notar que dois dentre eles, Marcos
e Lucas, se limitaram a transcrever o que lhes fora dito pelos discípulos.
Os outros dois, Mateus e João, conviveram com Jesus e recolheram
os seus ensinos. (...)" (16)
"(...) Dos quatro livros canônicos
que narram a Boa Nova (sentido do termo "Evangelho") que Jesus Cristo veio
trazer, os três primeiros apresentam entre si tais semelhanças
-que, muitas vezes, podem ser postos em colunas paralelas e abarcados "com
um só olhar"; daí o seu nome de "sinópticos".
A tradição eclesiástica,
atestada desde o século Il, atribui--os respectivamente a (São)
Mateus, (São) Marcos e (São) Lucas. De acordo com ela, Mateus,
o publicano pertencente ao colégio dos doze apóstolos, (...),
escreveu o primeiro; redigiu-o na Palestina, para os cristãos convertidos
do judaísmo, e sua obra, composta em "língua hebraica", isto
ë, aramaico, foi depois traduzida para o grego. João Marcos,
um discípulo de Jerusalém (AT l2, 12), que auxiliou no apostolado
a Paulo,,(...) a Barnabé, seu primo (...3 e a Pedro, (...) do qual
era "intérprete", redigiu em Roma a catequese oral deste último.
Um outro discípulo, Lucas, médico, (...) de origem pagã,
(...) nascido em Antióquia, (...) companheiro de Paulo na sua segunda
viagem apostólica(...) e na terceira,'(...) bem como nas duas vezes
que ele esteve preso em Roma (...), foi o terceiro a escrever um evangelho,
que podia portanto apoiar-se na autoridade de Paulo (...), como o de Marcos
se apoiava na de Pedro (...). A língua original do segundo e terceiro
evangelhos é o grego. (...)" (03)
O evangelho de João também
foi escrito em grego.
"(...) Os três Evangelhos sinópticos,
ou concordantes, (...) acham-se fortemente impregnados do pensamento judeu-cristão,
dos apóstolos, mas já o evangelho de João se inspira
em influência diferente." (15)
No evangelho segundo Marcos "(...)
suas grandes linhas denotam uma evolução que merece ser levada
em conta, por causa de sua verdade histórica e de seu alcance teológico:
primeiramente, Jesus é recebido favoravelmente pelas multidões,
seu messianismo humilde e espiritual de decepciona a expectativa do povo
e o entusiasmo arrefece; então Jesus se afasta da Galiléia
para se dedicar à formação do pequeno grupo dos discípulos
fiéis (...)."
Assim é exatamente o paradoxo
de Jesus, incompreendido e rejeitado pelos homens, mas por Deus enviado
e triunfante (...). Preocupa-se menos (no evangelho de Marcos) em explanar
o ensinamento do Mestre e refere poucas palavras suas. Sou tema essencial
é a manifestação do Messias crucificado (...)". (04)
O evangelho segundo Mateus pode-se
caracterizar (...) como um drama em sete atos sobre a vinda do Reino dos
Céus: 1. seus preparativos na pessoa do Messias menino; (...) 2.
a promulgação do seu programa, diante dos discípulos
e do povo, no Sermão da montanha; (...) 3. sua pregação
por meio de missionários, cujos "sinais" – que vão confirmar
sua palavra – são anunciados pelos "milagres" de Jesus e aos quais
o Discurso da missão apresenta diretrizes; (...) 4. os obstáculos
que deve encontrar da parte dos homens, segunda o plano humilde e oculto,
desejado por Deus, o qual o Discurso das parábolas (11,1 – 13,52)
ilustra; 5. seus começos num grupo de discípulos que tem
Pedro como chefe, primícias da Igreja, cujas normas de vida são
esboçadas no Discurso comunitário (...); 6. a crise que prepara
seu advento definitivo, suscitada pela crescente oposição
dos chefes judeus e anunciada pelo Discurso escatológico (*); (...)
7. enfim, o próprio advento, no sofrimento e no triunfo, pela paixão
e pela ressurreição. (...)" (05)
O mérito particular do terceiro
evangelho lhe vem da personalidade muito cativante da seu autor, que nele
transparece continuamente. (São) Lucas é um escritor de grande
talento e uma alma dedicada.
Elaborou sua obra de modo original,
com um esforço de informação e ordem (...). Isto não
quer dizer que tenha podido dar ao material recebido da tradição
um arranjo mais "histórico" que Mateus e Marcos (...) (06)
O estilo como Marcos escreve "(...)
é áspero, cheio de aramaísmo e muitas vezes incorreto,
mas impulsivo e de uma vivacidade popular cheia de encanto. O de (São)
Mateus é também aramaizante, porém mais trabalhado,
menos pitoresco, mais correto. O de (São) Lucas é complexo,
de qualidade excelente quando depende só de si próprio, (...)
enfim, ele gosta de imitar o estilo bíblico dos Setenta e o faz
de modo admirável. (...)" (07)
O evangelho de João além
de ser bem mais complexo é dirigido "(...) aos cristãos em
geral (...)". (17)
a obra joanina apresenta traços
que lhe são próprios e a distinguem claramente dos evangelhos
sinópticos. Seu autor parece ter sofrido influência bastante
forte duma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos
do judaísmo, cuja expressão se redescobriu recentemente nos
documentos essênios de Qumrã. Neles se atribuía importância
especial ao conhecimento
Mais ainda: o quarto evangelho, mais
que os sinópticos, quer dar a entender o sentido da vida, dos gestos
e das palavras de Jesus (...). Por outro lado, ele demonstra possuir, muito
mais que os sinópticos, um caráter cultual e sacramental.
(...)" (08)
´(...) O que antes de tudo interessa
ao evangelista é manifestar o sentido de uma história, que
é tão divina quanto humana -: historia, mas também
teologia, que acontece no tempo, mas tem suas raízes na eternidade;
quer narrar fielmente e propor à fé dos homens o acontecimento
espiritual que se realizou no mundo com a vinda de Jesus Cristo: a encarnarão
do Verbo para a salvação dos homens.(...)" (09)
Com relação à
redação do texto evangélico, podemos concluir com
Emmanuel: "(...) As peças nas narrações evangélicas
identificam-se naturalmente, entre si, como partes indispensáveis
de um todo, mas somos compelidos a observar que, se Mateus, Marcos e Lucas
receberam a tarefa de apresentar, nos textos sagrados, o Pastor de Israel
na sua feição sublime, a João coube a tarefa de revelar
o Cristo Divino, na sua sagrada missão universalista. (...)" (25)
"(...) Supuséramos sempre como
impossíveis de concatenação adequada: a mente prática
de Mateus, a descritiva, de Marcos, a artística, de Lucas, e a divina,
de João. (...) O Novo Testamento, revelação divina
por instrumentos humanos, quais o foram os seus autores, apresenta-nos
muitos degraus de revelação e conhecimento somente acessíveis
pela evolução com o tempo ou pela iluminação
com o esforço próprio; uma só LUZ – por filtros diversos."
(2ó)
(...)Podem dividir-se em cinco partes
as matérias contidas nos Evangelhos : os atos comuns da vida do
Cristo ; os milagres; as predições; as palavras que foram
tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas ; e o ensino moral.
As quatro primeiras tem sido objeto de controvérsias; a última,
porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse
código divino, a própria incredulidade se curva. É
terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem
todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais
ele constituiu matéria das disputas religiosas. (...)" (01)
Além dos evangelhos, contém
o Novo Testamento outros livros ou conjuntos: Atos dos Apóstolos,
Epístolas e o Apocalipse.
Atos dos Apóstolos é
uma obra que possivelmente foi escrita pelo evangelista Lucas (02). Trata-se
da "(... ) continuação do Evangelho, após o episódio
do Calvário. (...) Nela se destaca o papel de ,Pedro, mormente o
de Paulo. (...)" (20) Lucas quis nos dar nessa obra, acima de tudo, (...)
uma exposição da força de expansão espiritual
do Cristianismo. (...)" (10)
Com relação às
Epístolas, (...) salvou-se do olvido pequeno a cervo de cartas enviadas
pelos apóstolos Paulo, Tiago (menor), Pedro, João (Evangelista)
e Judas (Tadeu). Somente as de Paulo se conhecem por título, conforme
destinação (...). As demais, dirigidas a todos os fiéis,
são chamadas católicas ou universais. (...)" (20) (Ver anexo
01)
As epístolas de Paulo e Atos
dos Apóstolos revelam a missão de Paulo e sua vigorosa personalidade,
sendo que a Epístola aos romanos representa "(...) uma das mais
belas sínteses da doutrina paulina. Todavia, não e uma síntese
completa, nem é a doutrina toda. (...)" (11)
O Apocalipse, que significa revelação,
foi escrito pelo apóstolo e evangelista João quando se encontrava
desterrado na ilha de Patmos. O Apocalipse é um livro de visões
místicas onde "(...) é difícil definir exatamente
a fronteira que separa o gênero apocalíptico do profético;
(...) mas enquanto os antigos profetas ouviam as revelações
divinas e as transmitiam oralmente, o autor de um apocalipse recebia suas
revelações em forma de visões, que ele consignava
num livro. Por outro
lado, tais visões não
têm valor por si mesmas, mas pelo simbolismo que encerram. (...)"
(12)
"(...) O Apocalipse de João
tem singular importância para os Destinos da Humanidade terrestre.
(...)" (24) É o que nos fala Emmanuel.
Só nos séculos XV e
XVI a invenção de Gutemberg .e a rebeldia de Lutero facilitariam
traduções da Bíblia em idiomas nacionais, a começar
pelo alemão. (...)" (21)
Conhece-se também "(...) a
chamada 'Bíblia dos 70', corpo doutrinário traduzido ao que
se diz por 72 sábios de Alexandria, do qual teriam sido tiradas
70 cópias. (...)" (21)
Recomendamos a leitura das partes
essenciais do Novo Testamento, citadas nesta síntese, para maior
entendimento do assunto aqui abordado.
Segundo Emmanuel ("Paulo e, Estevão"),
Paulo de Tarso sempre alimentou a esperança de, um dia, escrever
um Evangelho "decalcado nas recordações de Maria", para que
tudo ficasse bem claro sobre a vida e os feitos de Jesus. Complementaria
as anotações de Levi (Mateus). Mas, não lhe sendo
possível realizar pessoalmente o feito, designou Lucas para fazê-lo,
o qual ouviu tudo de Maria Santíssima, tendo ainda procurado diversos
cristãos que testemunharam eventos da vida do Senhor,
inclusive o próprio Mateus.
Mais tarde, Lucas prosseguiria esse
trabalho, complementando-o com o seu Atos dos Apóstolos, auxiliado
nessa tarefa por Aristarco, um dos que espontaneamente partilharam da prisão
de Paulo, em Roma.
Quanto aos escritos e tradições
orais envolvendo os fatos do Novo Testamento, há páginas
valiosas no citado romance histórico-mediúnico "Paulo e,
Estevão", psicografado por Francisco Cândido Xavier.
O APOCALIPSE DE JOÃO
Alguns anos antes de terminar o primeiro
século, após o advento da nova doutrina, já as forças
espirituais operam uma análise da situação amargurosa
do mundo, em face do porvir.
Sob a égide de Jesus, estabelecem
novas linhas de progresso para a civilização, assinalando
os traços iniciais dos países europeus dos tempos modernos.
Roma já não representa, então, para o plano invisível,
senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover.
Todas as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial,
transformada num Vesúvio de paixões e de esgotamentos.
O divino Mestre chama aos Espaços
o Espirito. João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra,
e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica
do invisível
Recomenda-lhe o Senhor que entregue
os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações
e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite
aos seus discípulos as advertências extraordinárias
do Apocalipse.
Todos os fatos posteriores a existência
de João ali estão previstos E’ verdade que freqüentemente
a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro;
vê-se que a sua expressão humana não pode copiar fielmente
a expressão divina das suas visões de palpitante interesse
para a história da Humanidade. As guerras, as nações
futuras, os tormentos por-vindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas
da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente
entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje
se oferece a, visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja
transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada
com o sangue doe santos. (23)
A REDAÇÃO DOS TEXTOS DEFINITIVOS
Nesse tempo, quando a guerra formidável
da critica procurava minar o edifício imortal da nova doutrina,
os mensageiros do Cristo presidem à redação dos textos
definitivos, com vistas ao futuro, não somente junto aos apóstolos
e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições.
Os cristãos mais destacados trocam, entre si, cartas de alto valor
doutrinário para as diversas igrejas. São mensagens de fraternidade
e de amor, que a posteridade muita vez não pôde ou não
quis compreender.
Muitas escolas literárias se
formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica,
para o estudo e elucidação desses documentos. A palavra "apócrifo"
generalizou-se como o espantalho de todo o mundo. Histórias numerosas
foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas
os sábios materialistas, no estudo das idéias religiosas,
não puderam sentir que a intuição, acima da razão
e, ainda mais uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição
dos princípios e na apresentação das grandes figuras
do cristianismo
A grandeza da doutrina não
reside na circunstância de o Evangelho ser de Marcos ou de Mateus,
de
Lucas ou de João; está
na beleza imortal que se irradia de suas lições divinas,
atravessando as idades e atraindo os corações. Não
há vantagem nas longas discussões quanto à autenticidade
de uma carta de Inácio de Antióquia ou de Paulo de Tarso,
quando o raciocino absoluto não possui elementos para a prova concludente
e necessária. A opinião geral rodopiará em torno do
critico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a
autoridade iteraria não poderá apresentar a equação
matemática do
assunto. E’ que, portas a dentro do
coração, só a essência deve prevalecer para
as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição
tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e
definitivos conhecimentos
ANEXO I
/ | /Segundo Mateus | ||
/-----EVANGELHO | /Segundo Marcos | ||
/ | /Segundo Lucas | ||
/ | /Segundo João | ||
/ | |||
/ | / | /aos Romanos | |
/ | / | /aos Coríntios I e II | |
/ | / | /aos Corintios II | |
/ | /-----------de Paulo | /aos Gálatas | |
NOVO TESTAMENTO | / | / | /aos Efésios |
/ | / | /aos Filipenses | |
/-------EPÍSTOLAS | / | /aos Colossenses | |
/ | / | /aos Tessalonicenses I e II | |
/ | / | ||
/ | /de Tiago menor | \ | |
/ | /de Pedro I e II | \ A TODOS | |
/ | /de João I, II e III | \ OS FIÉIS | |
/ | /de Judas Tadeu | \ | |
/ | |||
/----APOCALIPSE | ---As sete igrejas | da Ásia menor | |
MACEDO, Roberto. Vocabulário
Histórico - Geográfico. Rio de janeiro, FEB, 1960, p.83
ANEXO 02
Q U E S T I O N A R I O
APÓS A LEITURA DA SÍNTESE DO ASSUNTO RESPONDA SUCINTAMENTE:
01. O que se deve entender por "evangelhos
sinópticos"?
02. De que originais foram feitas
as traduções do Novo Testamento existentes em português?
03. Que conjunto do Novo Testamento
é considerado a continuação dos evangelhos?
04. Por que as Epistolas de Tiago,
de Pedro, de João e de Judas Tadeu são chamadas universais?
05. A quem é atribuída
a autoria do livro Atos dos Apóstolos?
06. Que parte do Evangelho de Jesus
nunca gerou controvérsias entre os adeptos?
07. Quais são as linhas mestras
do Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João?
08. A que se refere o Apocalipse de
João?
09. As Epistolas de Paulo foram gerais
ou particulares?
10. Em que línguas foram escritos
os evangelhos?
ANEXO .3
CHAVE DE CORREÇÃO DO
QUESTIONÁRIO
01. Refere-se aos evangelhos que apresentam
semelhanças entre si. São os evangelhos segundo Mateus, Marcos
e Lucas (concordantes).
02. Da "Vulgala" latina,,principalmente.
03. Atos dos Apóstolos.
04. Porque são dirigidas a
todos os fiéis ou cristãos em geral.
05. Ao evangelista Lucas.
06. A do ensino moral.
07. Em Mateus, a abordagem maior é
sobre a vinda do Reino de Deus. Marcos nos revela tanto o Jesus incompreendido
pelos homens quanto o Cristo vitorioso enviado por Deus. O evangelho de
Lucas tem caráter informativo, ordenado e histórico. O evangelho
de João é o mais complexo e mais universalista.
08. Às visões que o
apóstolo teve na ilha de Patmos. É. um livro de revelação,
altamente simbólico, com vistas ao destino da Humanidade e à
sua definitiva redenção.
09. Particulares. Porque dirigidas
especificamente a um destinatário e tendo em vista as necessidades
deste.
10. Em grego (Evangelho segundo João,
Lucas e Marcos) em hebraico, ou aramaico (Evangelho segundo Mateus).
BANCO DE PALAVRAS
ESCATOLÓGICO – (ESCATOLOGIA)
– 1. Doutrina sobre a consumação do tempo e da história.
2. Tratado sobre os fins últimos
do homem.
DISCURSO ESCATOLÓGICO Pregação sobre os fins últimos do homem; sobre a finalidade da existência do homem.